27 de jan. de 2014

Ousadia

"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento."
(Clarice Lispector)


 Foi apenas um período de tempo...
Um tempo em que ela tinha receio de tudo, até mesmo de olhar nos olhos de pessoas atraentes  por causa dos olhos alheios.
 [-Ah, são muito maldosos!- dizia ela...]

 Meu Deus... mas como viver como um caramujo?!

Aguas passadas...
Percebera em tempo que se esconder dentro de si, nada adianta. Que é preciso viver a vida, com uma certa cautela sim, mas vivê-la inteiramente. Que cada um tem a sua própria consciência. E esta sim, é que precisa estar bem, acima de tudo...

Foi então que ela se deu conta que ninguém aprisiona ninguém com olhares ou linguajares profanos...

 Aprendera que sorrir escancarado  é cura divina pros males que assolam a vida e a alma.
Que dançar de corpo e alma significa liberdade de voar sem ter asas visíveis.

 Hoje, ela  consegue dizer com tamanha clareza as palavras que gritam em seu interno. E já não se sente aprisionada em atrair-se pela vida e por coisas que a encantam.
Afinal, para se viver direito, minha cara, é preciso muita ousadia! A vida pede isso...
Pede não, ela exige.
(Lu Nogfer)

Texto inspirado em minha mãe.
Sempre que boas lembranças me vem à memória, me olho no espelho da alma e a vejo em mim.
  Ah! Que bom, minha doce mãe, fazer parte da tua descendência!



Um Forte abraço em toda gente atitude!

2 de jan. de 2014

Um dia mais que especial!


Lembro-me com alegria daquele primeiro dia do ano. Um dia mais que especial!

 O pisca-pisca ainda reluzia na árvore de natal tal qual os olhos das pessoas transmitindo um brilho incrível!

 A casa de praia da minha irmã em dias de feriado está sempre lotada de  parentes e amigos. Ela sempre acolhe a todos com o mais belo sorriso no rosto, naquela aconchegante casa de frente para o mar de Santa Clara. Parece que o céu é mais azul por lá...
Pessoas seminuas para todos os lados, água salgada pingando dos corpos, areia solta pelo quintal, mangueira do jardim jorrando... A desordem era incontrolável, mas nada incomodava diante da dose excessiva de alegria e sorrisos largos.  Até os abraços naquele dia, eram mais apertados!

Adultos, algumas crianças de colo e tantos adolescentes! Tantos que parecia uma tribo.  É incrível como eles alegram o ambiente onde são a maioria. Mas eles sempre se isolam um pouco como se os assuntos deles, fossem proibidos para maiores.

O tic-tac no celular, fones em um dos ouvidos e uma conversa interminável entre olhares, cochichos e deliciosas gargalhadas... Bonito de se ver!

Horário do almoço. Habilitei-me a convidá-los com um bater de palmas, anunciando numa linguagem tão simples quanto apetitosa: "Quem aí esta com fome?” A resposta foi a correria em direção à mesa deixando-me para trás.

Vi que ainda restava um deles sentado num cantinho com um olhar cabisbaixo e desconfiado.
Aproximei-me e perguntei se ele não viria. Olhou-me calado, mas logo se animou quando eu mencionei cada prato que quentinho, o aguardava à mesa.
Ele levantou-se, pegou educadamente em minha mão e fomos almoçar.
Todos estranharam aquele menino que antes parecia tímido, mas naquele momento contagiava a todos com sua alegria e o seu jeito falante.

Após o almoço a garotada o deu a devida atenção fazendo com que ele se sentisse mais à vontade.
Correram, brincaram, conversaram, sorriram... Era nítida a linda amizade que entre eles nascia!

A tarde caia velozmente...
É sempre assim quando mais se deseja que o tempo pare.
Logo era hora de todos os amigos irem para suas casas. Os parentes ficariam um pouco mais.

Por um momento, pensei que aquele menino, agora já enturmado, nem se lembrasse de se despedir de mim, como os demais adolescentes na normal desatenção.
 Para minha surpresa, ouvi gritos chamando pelo meu nome no diminutivo. Era aquele menino me procurando pela casa para se despedir. Deu-me um forte abraço e beijou a minha mão selando carinhosamente a nossa amizade. Fiquei emocionada com a linda atitude dele!

Naquele belo dia, aquele atencioso menino com suas carências,  ensinou a todos uma grande lição.  Ele nos fez entender o porquê das pessoas portadoras da  Síndrome de Down  serem tão especiais! Não porque são chamadas costumeiramente de "especiais", mas porque elas são realmente especiais. São anjos que podem nos surpreender a qualquer momento. 


E que nunca sejam subestimados por serem diferentes, pois na verdade, Deus não fez ninguém igual a ninguém. Somos todos únicos. Ora normais ora anormais com nossas peculiaridades.
Somos todos filhos de Deus.

(Lu Nogfer- caso real)

A TODOS, UM RADIANTE 2014!

Atitude, gente bonita! "O futuro já começou!"