30 de jun. de 2013

Refletindo sobre a lenda da borboleta azul...

Muitos devem conhecer a historinha que circula pela internet entre os amigos, entitulada “a borboleta azul”.
A lenda conta que uma menina tinha nas mãos uma borboleta azul. Escondeu as mãos com a borboleta para trás, foi até o sábio e disse: 
-Tenho nas mãos uma borboleta azul, ela está viva ou morta? Antes que o sábio respondesse, tinha preparado o seguinte ardil:
-Se ele disser que está viva, eu a esmago e ela estará morta; ele não é um sábio. Se ele disser que ela está morta , eu a deixo voar; ele não é um sábio... 
Mas o sábio, como podíamos esperar de um sábio, foi muito sábio em sua resposta, ele disse:
-Ela está em suas mãos, depende de você. 

Esta lenda nos propõe questões muito profundas. Podemos começar por refletir o significado da borboleta.
A borboleta é o resultado de um processo de metamorfose. Primeiro é larva, torna-se crisálida e depois, finalmente, borboleta. Também é um dos símbolos mais significativos da Psique. Em algumas imagens a “menina psique” tem asas de borboleta, quando aparece em quadros ao lado do belo “menino eros” que tem asas de pássaro. 

Na Grécia antiga, quando a borboleta emergia do casulo (da crisálida) dizia-se que este momento era idêntico a profunda liberação, equivalente ao atingir da imortalidade. Simbolicamente, cada um de nós trás em si a possibilidade desta metamorfose, o que significa pois, cada um destes estágios?

Há pessoas que não conseguem deixar o casulo, para elas a vida é pesada, velha, monótona, inútil, sem sentido. Partes de si mesma, ficam aprisionadas no passado, o qual a pessoa reluta em deixar, ou porque não sabe como fazê-lo, ou porque não tem coragem de fazê-lo, ou porque teme demasiadamente o futuro.

Aquele que consegue libertar-se do casulo, é aquele que consegue aceitar o paradoxo de vida e morte, que se repete continuamente a cada novo padrão de crescimento. O medo de deixar os velhos padrões impede o voo. No centro dos velhos padrões e do medo de deixá-los está a insegurança. O medo da mudança está aqui, porque a criança que delega a responsabilidade sobre si mesma a outrem, continua predominado na vida de indivíduos adultos. Voar é responsabilizar-se, pelo bem e pelo mal, ou, pelo além do bem e do mal. 

Viver é fluir com a mutação, em termos da alquimia oriental, isto significa “seguir o Tao”. Fluir implica uma grande capacidade de suportar a solidão. Dizemos suportar, porque quando começamos a tomar consciência de nossa solidão o que queremos é fugir dela. Parece algo abominável, terrível. Nada nem ninguém a quem possamos nos “agarrar”; nada nem ninguém para quem correr. É um tempo muito ameaçador. Não sabemos ainda, neste tempo inicial, que ou se, podemos contar conosco mesmos. Mas para aqueles que se propõe a suportar a sua solidão, está reservado o nascimento do herói dentro de si. É o herói que poderá criar dentro de nós um núcleo de segurança, uma confiança e uma certeza,  inabaláveis!
(Sonia Regina Lyra crp – 08/0745.)

Talvez não faça tanto sentido dentro de todo o contexto, mas analisando o final dessa reflexão, refleti o seguinte: Tem gente que quando pensa que esta ali, dentro do mundo de todo mundo, se engana. Está é criando o  próprio mundo.

Forte abraço  em todos!

Lu Nogfer



8 de jun. de 2013

Com a palavra: Paulo Tamburro



Nocaute


Não há sol que, ilumine a cavernas profundas que ficam em nós,depois de uma ingratidão que fere e marca feito gado, nosso corpo indefeso, surpreso pego como um olhar de soslaio.
Ninguém está preparado contra a ingratidão e, nem existe antidoto conhecido pois,esta selvageria comportamental,  só ocorre entre aqueles que se confiam mutuamente e depositam confiança extrema portanto,  jamais supõem, numa crença ingênua, que serão alvos do disparo inesperado de tais armas mortais.
Victor Hugo dizia que :  "Os infelizes são ingratos;isto faz parte da infelicidade deles".
Bem , então começamos por aqui, ou seja, eu cometo um ato de desrespeito a terceiros, ignoro tudo que fizeram por mim alheio àquilo que, me amenizou sofrimentos , porque sou infeliz e sendo assim, mais um também terá que ser, farei que outro viva igualmente, o meu  purgatório.
É a mesma história do afogado, que ao tentar salvarmos - e todo profissional desta área sabe disso - ele nos puxa também,para o fundo.
Na infelicidade não existiria nenhuma solidariedade,nada que impeça a contaminação deste vírus cruel,seja pela boca malévola das maledicências , premeditados atos de fofocas ou quem sabe, em práticas dolosas e meticulosamente urdidas em mentes doentias.
É muito vasto o campo no qual a ingratidão pode ser semeada,muito fértil a terra que são escolhidas para a sua reprodução no qual, o sol é usado como combustível do mal e seu calor ao invés de dar vida, queima de forma irrecuperável, extensas lavouras de amizades que jamais terão mais nenhuma colheita.
"A ingratidão provém, com certeza,da impossibilidade do pagamento de uma dívida" diria o escritor Honoré de Balzac em: A Comédia Humana.
Esta é uma obra hercúlea, extensa  e admirável com mais de  noventa e cinco romances nos quais é  retratada a sociedade francesa do século dezenove, muito parecida com todas as outras sociedades, antes e depois daquela sobre a qual, ele escreveu.
Somos todos iguais!
Afinal, humanos de osso , carne e pele até por vezes bronzeadas,  somos todos nós  e, se até as mais colossais rochas sofrem erosões do tempo porque nós não a sofreríamos?
Mas dói e imensamente, isso dói!
A força e o inesperado da violência de uma ingratidão, vinda do lado que menos esperamos é desconcertante.
Nos nocauteia e somos jogados inertes na lona fria dos ringues da vida, sem sabermos sequer o nome do golpe que sofremos e a sua razão, como se aliás, pudêssemos  sentir menos,ou ficarmos menos revoltados, se o golpe fosse menos sujo.
Portanto,nunca é menos pois, sempre nestes casos é muito mais!

Autoria: Paulo Tamburro
 Direitos Autorais Reservados ®

É verdade meu caro, tudo que disse e principalmente quando disse que "não existe antidoto conhecido" para combater o mal das tantas indelicadezas usadas a pulso forte. E revidar com a mesma moeda seria trocas desgastantes, talvez... E por vezes, é nesses nocautes que aprendemos a praticar o desapego.  Quase tarde mas nunca o é!

Quero agradecer ao amigo Paulo por esta pérola que pude partilhar aqui.
Um cara sensível e dono de uma avantajada inteligência. E portanto , além de escrever o blog Falando Sérioescreve muitos outros. Todos de excelente qualidade! Confiram.

A todos, o meu abraço!


Lu Nogfer