Muitos devem conhecer a historinha que circula pela internet entre os amigos, entitulada “a borboleta azul”.
A lenda conta que uma menina tinha nas mãos uma borboleta azul. Escondeu as mãos com a borboleta para trás, foi até o sábio e disse:
-Tenho nas mãos uma borboleta azul, ela está viva ou morta? Antes que o sábio respondesse, tinha preparado o seguinte ardil:
-Se ele disser que está viva, eu a esmago e ela estará morta; ele não é um sábio. Se ele disser que ela está morta , eu a deixo voar; ele não é um sábio...
Mas o sábio, como podíamos esperar de um sábio, foi muito sábio em sua resposta, ele disse:
-Ela está em suas mãos, depende de você.
Esta lenda nos propõe questões muito profundas. Podemos começar por refletir o significado da borboleta.
A borboleta é o resultado de um processo de metamorfose. Primeiro é larva, torna-se crisálida e depois, finalmente, borboleta. Também é um dos símbolos mais significativos da Psique. Em algumas imagens a “menina psique” tem asas de borboleta, quando aparece em quadros ao lado do belo “menino eros” que tem asas de pássaro.
Na Grécia antiga, quando a borboleta emergia do casulo (da crisálida) dizia-se que este momento era idêntico a profunda liberação, equivalente ao atingir da imortalidade. Simbolicamente, cada um de nós trás em si a possibilidade desta metamorfose, o que significa pois, cada um destes estágios?
Há pessoas que não conseguem deixar o casulo, para elas a vida é pesada, velha, monótona, inútil, sem sentido. Partes de si mesma, ficam aprisionadas no passado, o qual a pessoa reluta em deixar, ou porque não sabe como fazê-lo, ou porque não tem coragem de fazê-lo, ou porque teme demasiadamente o futuro.
Aquele que consegue libertar-se do casulo, é aquele que consegue aceitar o paradoxo de vida e morte, que se repete continuamente a cada novo padrão de crescimento. O medo de deixar os velhos padrões impede o voo. No centro dos velhos padrões e do medo de deixá-los está a insegurança. O medo da mudança está aqui, porque a criança que delega a responsabilidade sobre si mesma a outrem, continua predominado na vida de indivíduos adultos. Voar é responsabilizar-se, pelo bem e pelo mal, ou, pelo além do bem e do mal.
Viver é fluir com a mutação, em termos da alquimia oriental, isto significa “seguir o Tao”. Fluir implica uma grande capacidade de suportar a solidão. Dizemos suportar, porque quando começamos a tomar consciência de nossa solidão o que queremos é fugir dela. Parece algo abominável, terrível. Nada nem ninguém a quem possamos nos “agarrar”; nada nem ninguém para quem correr. É um tempo muito ameaçador. Não sabemos ainda, neste tempo inicial, que ou se, podemos contar conosco mesmos. Mas para aqueles que se propõe a suportar a sua solidão, está reservado o nascimento do herói dentro de si. É o herói que poderá criar dentro de nós um núcleo de segurança, uma confiança e uma certeza, inabaláveis!
(Sonia Regina Lyra crp – 08/0745.)
Talvez não faça tanto sentido dentro de todo o contexto, mas analisando o final dessa reflexão, refleti o seguinte: Tem gente que quando pensa
que esta ali, dentro do mundo de todo mundo, se engana. Está é
criando o próprio mundo.
Forte abraço em todos!
Lu Nogfer